Compareceram: A professora Dra. Maria Ivonete (coordenadora do grupo), Marise Gândara, Ana Paula Silveira, Luana Marques Fidêncio, Tiago Marques, Tiago Abreu e Tatiele Freitas.

Pauta:

A reunião ficou a cargo da Marise Gândara, que falou um pouco sobre seu projeto "Dr. Fausto de Thomas Mann: um estudo de relação da literatura com a música no romance brasileiro", fazendo paralelos com o texto teórico escolhido, o primeiro capítulo do livro "O romance no século XX" de Yves Tadié.

Ao falar sobre o texto teórico mencionado, Marise citou as mudanças mais significativas no pensamento do século XX, como o apagamento das civilizações pautadas nas religiões, apagamentos estes que ocorreram devido à fragmentação do homem do próprio final do projeto moderno — ainda que houvesse ações afirmativas, como o fato de, nos EUA, o governo Kennedy tentar o país como um país de liberdade e aceitação. 

A fragmentação se dá pela descrença, mas também pelo excesso de escolhas, o que nos levou a perguntar em determinado momento se o que impactou mais o homem foram as possibilidades de escolher ou o trauma vivido diante do que aconteceu principalmente no século XX. Chegamos à conclusão de que o trauma foi maior. 

Desse modo, a postura do século XXI é de desconfiança perante ao mundo. Continuamos desconfiados em relação ao que está posto e temos medo do porvir. 

Em relação à produção literária, comparando com o século XIX, Tadié afirma que neste século o autor escrevia romances polifônicos, mas ele mesmo não aparecia. No século XX, no entanto, existe uma mudança: o autor se centra dentro de sua obra. São essas duas tendências que se desdobram em infinitas formas de produzir literatura hoje. 

No que diz respeito ao seu projeto de tese, Marise Gândara afirmou que pretende estudar a relação entre a literatura e a música, e como a música se insere na literatura.

De acordo com ela, em Thomas Mann, a música representa o pacto do compositor alemão Adrian Leverkühn com o ser mefistotélico e lembra as inovações de Arnold Schoenberg.

Marise foi questionada pelos demais participantes a respeito de ler uma tradução da obra em lugar da obra original, ainda mais por questão da análise de aspectos relacionados ao som, mas explicou que o som não está na estrutura da obra, mas no eixo condutor do enredo, de modo que a tradução consegue dar conta da análise que ela pretende fazer.