Registro da reunião: 13/04/2016
Nesse segundo encontro do Criticum/2016 cumpriu-se o cronograma: apresentação do Projeto de Tese de Tatiele Freitas intitulado “O Novo Realismo e a experiência do Horror: Narrativas de violência na América Latina“ e a discussão sobre o texto teórico “Ficção brasileira contemporânea” de – Schollhammer. Participaram deste, os seguintes integrantes: Maria Ivonete Silva dos Santos, Tatielle Freitas, Tiago Eric de Abreu, Marise Gândara Lourenço, Nicolas José da Silva Gomes, Daniela Aparecida Mourão e Tiago Marques Luiz.
Tatiele deu início à reunião expondo os pormenores de seu projeto (objeto e objetivo, justificativa, metodologia e referências), sendo interrompida, oportunamente, à medida que os presentes sentiam necessidade de destacar e/ou questionar algo específico sobre o Novo Realismo. Desta forma, Ivonete ressalta que o objetivo desta estética escritural é o de produz angústia, fazer o leitor se deparar com o desagradável, desnudar o que pode se encontrar próximo de si. A literatura perde a função de deleite e passa a ser reflexiva, leva a inquietação, pois o mais importante é o efeito construído literariamente.
Em seguida, Tiago Marques indaga sobre o modo como é tratado o conceito de “representação” nesta literatura. Ivonete explica que “o ver é construído com a linguagem literária” e o que importa é o efeito estético da leitura, que o leitor passe pela experiência narrada, tenha o compromisso com que lê e não com o verossímil.
Assim, com base, nessa afirmativa, Ivonete destaca a importância de trabalharmos textos que abordem sobre Memória e Esquecimento e propõe que concretizemos isto escolhendo textos-chave e que cada membro do Criticum fique responsável pela apresentação de cada um deles. Pelo que tudo indica todos concordam.
Logo após, Tatiele comenta sobre o método que utilizará em sua pesquisa e suas particularidades de verificar os indícios das obras literárias. Passa a comentar sobre a “Ficção brasileira contemporânea” de – Schollhammer, enfatizando os pontos mais relevantes deste texto, o que vai ao encontro de tudo que já foi comentado a respeito do Novo realismo. Deixando claro, assim, que o realismo sempre foi uma opção de escritores brasileiros. Nicolas cita “Bonitinha, mas ordinária” de Nelson Rodrigues e questiona sobre a existência de escolas literárias. Ivonete esclarece que o que existe são vertentes e que não há apenas um único novo realismo. Na década de 80 pós-moderna, há o entrelaçamento da cultura popular com a erudita, o exercício da meta-ficção, hibridismo da literatura com o discurso jornalístico, com cinema, trata-se da literatura multimídia.
O fechamento do encontro é marcado com o chamamento para cada integrante colocar o seu ponto de vista sobre os textos trabalhados e assim é feito de forma sucinta.